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Ibovespa tem queda modesta com Petrobras amortecendo aversão a risco com Oriente Médio

13/06/2025 17h06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com um declínio modesto nesta sexta-feira, com o avanço das ações de petroleiras, notadamente Petrobras, amortecendo a aversão a risco global em razão do aumento da tensão geopolítica após Israel atacar o Irã.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,43%, a 137.212,63 pontos, após marcar 136.585,9 pontos na mínima e 137.799,95 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$22,7 bilhões.

Na semana, porém, o Ibovespa ainda acumulou alta de 0,82%.

Israel lançou uma série de ataques contra o Irã na madrugada desta sexta-feira (ainda quinta-feira em Brasília), dizendo que atingiu instalações nucleares e fábricas de mísseis e que matou uma série de comandantes militares.

O Irã retaliou e disparou mísseis contra Israel, com explosões sendo ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém e sirenes soando na noite de sexta-feira (horário local) no país. Não houve relatos imediatos de mortos ou feridos.

De acordo com estrategistas da XP, o ataque aéreo de Israel contra o Irã elevou o risco geopolítico global, desencadeando busca por ativos seguros em meio ao aumento das tensões.

Nos Estados Unidos, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 1,13%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA avançava a 4,4105% no final do dia, de 4,357% na véspera.

No Brasil, a falta de consenso entre o governo e o Congresso sobre medidas fiscais continuou no radar, com muitos agentes avaliando que arrecadação com as novas iniciativas não compensará integralmente o recuo no decreto envolvendo o IOF.

O tema tende a continuar sob os holofotes na próxima semana, que também reserva eventos relevantes, principalmente na quarta-feira, quando serão conhecidas as decisões de política monetária dos bancos centrais de Brasil e EUA.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançou 2,46% e PETROBRAS ON subiu 2,13%, em dia positivo no setor, apoiado pela disparada do petróleo no exterior com o aumento das tensões no Oriente Médio. O barril de Brent disparou 7,02%, a US$74,23. PETRORECONCAVO ON ganhou 2,71%, BRAVA ENERGIA ON valorizou-se 1,51% e PRIO ON subiu 1,76%. A Petrobras também atualizou valor do dividendo que será pago no próximo dia 20, a R$0,37 por ação, de R$0,35 antes.

- VALE ON caiu 1,33%, contaminada pela aversão a risco global, enquanto o contrato mais negociado na bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações diurnas com declínio de 0,14%, a 703 iuanes (US$97,90) a tonelada.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,2%, pressionado pelo clima negativo na bolsa paulista, com BRADESCO PN encerrando em queda de 1,15%. SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 0,37%, distante da mínima do dia, com novos relatórios favoráveis sobre o banco, entre eles o do Bank of America, que elevou o preço-alvo dos papéis de R$28 para R$33, embora tenha mantido a recomendação neutra. BANCO DO BRASIL ON também reverteu as perdas iniciais e subiu 0,79%.

- SUZANO ON fechou com elevação de 2,19%, endossada por "upgrade" de analistas do Goldman Sachs, que elevaram a recomendação das ações para compra e o preço-alvo de R$63 para R$65, citando potencial de recuperação cíclica dos preços de celulose e valuation atrativo.

- CVC BRASIL ON encerrou com declínio de 8,33% e MAGAZINE LUIZA ON recuou 7,07%, em meio ao avanço das taxas dos contratos de DI, contaminados pelo ambiente avesso a risco, o que minava ações de empresas sensíveis a juros. O índice do setor de consumo perdeu 1,3%.

- MRV&CO ON não sustentou a alta e terminou em queda de 2,37%, sucumbindo ao viés mais negativo no pregão. Agentes também analisaram na sessão autorização do conselho de istração da construtora para a companhia realizar novas operações com derivativos lastreados em ações ou recomprar, a preço de mercado, até o limite de 6,08 milhões de papéis. O índice do setor imobiliário recuou 1,68%.

- MÉLIUZ ON, que não está no Ibovespa, caiu 4,98%, tendo ainda no radar precificação na véspera de oferta primária de ações a R$7,06 por papel (desconto de cerca de 5% ante o fechamento da quinta-feira), levantando R$180,08 milhões. Conforme divulgado anteriormente pela companhia, o objetivo do follow-on era levantar recursos para aquisição de bitcoins.

- JBS fechou negociada a US$13,87 em sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York nesta sexta-feira, consolidando a dupla listagem do maior frigorífico do mundo. A ação abriu a US$13,65 e chegou a ser cotada a US$14,58 na máxima e a US$13,55 na mínima da sessão. Os BDRs da JBS já estão sendo negociados na B3 desde segunda-feira. Nesta sessão, terminaram o dia a R$76,68, alta de 0,76%.

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